Com o advento das modernas tecnologias de escaneamento do cérebro, questões sobre a ligação entre o comportamento criminoso e a biologia foram abordadas por milhares de pesquisadores em todo o mundo. Existem agora muitas informações bem estabelecidas sobre as diferenças neurológicas comumente encontradas no cérebro de assassinos em série.
Por exemplo, os assassinos em série têm uma redução de 5 a 10% na massa cinzenta ao redor do sistema límbico, a região onde as emoções são processadas. Essa diferença significativa de tamanho é especialmente proeminente na amígdala, pequenas glândulas que estão diretamente ligadas à empatia e à regulação do medo. Pessoas com amigdala menor tendem a ser deficientes em empatia.
Da mesma forma, os circuitos neurais que conectam o sistema límbico ao lobo frontal são muito menos ativos no cérebro de assassinos em série. O lobo frontal, especialmente o córtex pré-frontal ventromedial, está envolvido no planejamento geral, na inibição de comportamentos inadequados e na regulação de emoções superiores. Danos ou redução da atividade nessa região do cérebro estão ligados à redução da empatia e ao aumento da impulsividade e da violência.
Em outras palavras, as deficiências comumente encontradas em cérebros de assassinos em série estão, sem surpresa, conectadas a resultados comportamentais, como empatia reduzida, excesso de confiança, aumento da violência, destemor, impulsividade e assim por diante – todas as características que pensamos quando imaginamos um serial killer em ação.
Mas o determinismo biológico levantou algumas questões muito incômodas. Se os serial killers nada mais são do que a soma de seu cérebro, isso significa que eles estavam destinados a se tornarem serial killers desde o nascimento?
Estudos recentes também mostraram a importância “do meio” no desenvolvimento desses comportamentos. A pesquisa em neuroplasticidade sugere que as estruturas cerebrais anormais de assassinos em série são criadas por meio de uma combinação complexa de “nascer com isso” e experiência vivida.